Mercado de trabalho para pessoas com deficiência

Alexandre tem a perna direita 12cm mais curta do que a esquerda. O braço direito também é menor do que o outro. Casado e pai de dois filhos, precisa de trabalho para manter a casa. Após muitos currículos enviados, foi chamado para testes e entrevista! Vai enfrentar, de novo, o preconceito. Ou não.

O mercado de trabalho para PcD no Brasil continua pequeno. Dados recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) mostra que são apenas 480 mil PcD entre 47 milhões de pessoas com carteira assinada, ou 1% do total.

Essa desigualdade do mercado de trabalho para PcD contrasta com a Lei 8.213, que organiza e garante cotas para inserção dessas pessoas com deficiência. A lei, sancionada em julho de 1991, diz que empresas que têm de 100 a 200 funcionários devem destinar 2% das vagas de emprego às PcD.

Preconceito

Chegou à empresa às 10h, pontualmente. Dono de excelente currículo, tem superior completo e pós-graduação em Tecnologia da Informação. Talento e conhecimento, tem. Resta convencer os recrutadores que isso basta.

Mesmo que estejamos em pleno século 21, onde a desigualdade em todos seus âmbitos é combatida, o preconceito para com pessoas com deficiência ainda persiste. No imaginário corporativo, as PcD são pouco produtivas ou qualificadas para as funções que o cargo pede. Puro mito.

Segundo dados do portal PcD Online, ferramenta que conta com mais de 95 mil inscritos, 48 mil PcD tem ensino superior completo. Destas, 930 possuem MBA e 5.200, pós-graduação. Ou seja, PcD são altamente qualificadas.

Outra questão é que as empresas, normalmente, optam por pessoas com deficiência leve. E a lei não especifica a contratação em relação ao tipo ou à complexidade da deficiência, que pode ser auditiva, visual, física ou intelectual.

Lado (muito) bom

Após teste e entrevista, ficou na empresa aguardando o resultado. Foi questionado sobre a carreira, mas principalmente sobre a deficiência. Nessa questão, não teria problema já que trabalharia sentado a maior parte do expediente.

O mercado de trabalho para PcD também tem o seu lado bom. Muitos empresários que, de fato, promovem a diversidade e incluem pessoas com deficiência em seu ambiente, valorizam a capacidade individual mesmo com a pessoa apresentando algum tipo de deficiência. Além desse, selecionamos outros quatro motivos para contratar uma PcD confira:  

1. Melhora a imagem da empresa

Ao mesmo tempo que a companhia contrata uma PcD, terá de investir em acessibilidade também. Isso pode gerar credibilidade para atrair mais investimentos e clientes.

2. Semeia a inclusão

Quando uma empresa contrata uma PcD, dá o recado que, para incluir não basta boa vontade, mas, sim, agir concretamente.

3. Aumento da produtividade

Pesquisa da Boston Consulting Group mostrou que equipes diversas têm receita 19% maior por causa da inovação. Dessa forma, a companhia ganha melhor produtividade, gerando resultados positivos.

4. Sem preconceito

Rapidamente, os colegas de trabalho perceberão que um profissional com deficiência é igual a qualquer outro, independente da sua limitação.

Reflexão

Alexandre conseguiu a vaga! Vai chegar em casa e dar a grande notícia à mulher e aos filhos pequenos! Trabalhará e enfrentará a jornada diária como qualquer outro colaborador. Sua deficiência não será problema. Afinal, seu talento e conhecimento é maior do que o preconceito e a desigualdade.

Hoje, no mundo globalizado, muito fala-se em diversidade. Entretanto, no mundo real, muitos caminhos ainda devem ser percorridos para a o mercado de trabalho para PcD evoluir.

Em síntese, mesmo que a lei exista, muitos gestores ainda tem pensamentos que seguem na direção contrária à evolução humana.

Também vimos que o mercado de trabalho para PcD caminha a passos lentos, mas também que a contratação deles vai além da obrigatoriedade, pois todos ganham: os funcionários, a empresa e a civilidade.

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