Entenda quais são as fases após a amputação que são comuns para os amputados que estão buscando a protetização.
Perdi minha perna, e agora? O que farei? Qual é o primeiro passo? Quando posso iniciar a reabilitação? Como será a minha vida de agora em diante? Ter dúvidas sobre quando poderá andar novamente, quanto tempo aquela dor fantasma ainda vai te acompanhar, entre várias outras questões que passam na cabeça, são dúvidas muito comuns.
Infelizmente, essas respostas variam de pessoa para pessoa. Pensando nisso, elaboramos este artigo sobre as fases após a amputação para você estar mais preparado nesse caminho da reabilitação. Continue a leitura para não perder nenhum detalhe.
Antes de mais nada, é importante destacar que não é possível determinar o tempo ou como será a sua reabilitação. Isso depende de você, do seu corpo e dos profissionais que estão te acompanhando. O plano de tratamento será flexível, de acordo com as necessidades, problemas associados e capacidades de cada um.
Após ter algum membro amputado, uma das maiores dúvidas que vem à cabeça é: como ocorre a reabilitação após a amputação?
Existem duas fases da reabilitação: fase pré e pós-protética.
Na fase pré-protética são realizadas atividades para o preparar o coto de amputação e o paciente como um todo para poder fazer o uso da prótese com maior eficiência e segurança. O paciente compreenderá a sua responsabilidade neste processo. Ela tem início logo após a alta hospitalar.
Conseguir virar-se na cama e levantar-se sozinho é o primeiro passo na sua jornada de reabilitação. No começo, você precisará ter um pouco de paciência e coragem. Entenda que você está reaprendendo a fazer alguns movimentos, então mantenha-se firme e focado. O corpo passará a ter um novo centro de massa e de gravidade. Você precisará treinar o equilíbrio e se adequar a estas mudanças. No caso de bi amputados, a diferença é maior ainda. Aumentam as chances de queda para trás, na cama ou na cadeira de rodas. É feito um treino de conscientização corporal para ter uma noção do esquema corporal. O paciente desenvolve a noção do corpo no espaço, tem a noção da dimensão do corpo.
Preparo do coto
O preparo do coto de amputação com o enfaixamento elástico, ou uso de outros meios para diminuição do edema (acúmulo de líquido no coto que é normal na fase pós-operatória), dessensibilização do coto através mobilização manual das cicatrizes cirúrgicas, contato do coto com materiais de diferentes texturas, como espumas, escovas, buchas, tecidos, lixas, materiais frios e quentes. Apoio distal do coto em superfície macia e firme. Fortalecimento do coto, alongamentos musculares para prevenção de deformidades como flexão do joelho ou flexo/abdução do quadril. Correção da postura e posicionamento do coto, que o levariam a maiores dificuldades no comando da prótese, por exemplo, ou de retardo para ocorrer a protetização são fatores muito importantes nesta fase.
Muletas e andadores
Este é um marco bastante importante no seu processo de independência para a locomoção. Logo após o seu médico e o fisioterapeuta autorizarem a utilização de ferramentas de auxílio, como muletas e andadores, a sua equipe de saúde deverá ensiná-lo como utilizá-las. O fisioterapeuta irá ajustar os mesmos para cada paciente, e treinar a marcha, em terreno plano, escada, rampas, entrar e sair do carro. O terapeuta ocupacional e/ou o fisioterapeuta auxiliarão a família sobre as adaptações a serem feitas em casa, para conferir segurança durante a realização de AVDs (atividades de vida diária).
Esteja ciente que as primeiras tentativas não serão fáceis. Os exercícios de fortalecimento muscular de membros superiores, tronco, membro inferior contralateral e exercícios de equilíbrio, são muito importantes nesta fase. Uma atenção especial ao risco de queda, que são muito comuns no primeiro mês após a amputação, devido à sensação do membro fantasma (que também é normal).
Apoio de familiares e amigos
É comum os pacientes ficarem desconfortáveis com toda a atenção que os amigos e familiares depositam nessas situações, porém ela é muito importante para o processo de reabilitação. De formas diferentes, as pessoas ao seu redor também estão se adaptando à uma nova realidade. A família poderá auxiliar nas adaptações e adequações na casa, como facilitar a área de circulação da casa retirando tapetes, colocação de rampas de acesso para áreas externas, colocação de corrimão nas escadas, barras de segurança no banheiro e colocação de tapete antiderrapante dentro do box. Assim o paciente terá acessibilidade em casa.
A família deve evitar tratá-lo com sentimento de coitadismo. Permitir que o paciente realize as tarefas do dia a dia, com segurança, fará com que ele desenvolva equilíbrio, autoconfiança e resgate da autoestima. Ele aprenderá a desenvolver técnicas e adaptações para realizá-los com independência. Na maioria das vezes, os terapeutas aprendem com os pacientes, e vice-versa. O contato com outros pacientes e familiares que estão em situações semelhantes, a troca de experiências e vivências farão toda diferença na reabilitação.
Próteses Ortopédicas
Tipos de próteses para membros superiores:
- Mioelétricas ou biônicas, que proporcionam maior independência e possibilitam os movimentos naturais das mãos;
- Mecânicas, ou ativas, que usam a energia do próprio corpo, através de correias e tirantes, que envolvem articulações e membros remanescentes para ativar cotovelos e mãos, ou ganchos e/ou adaptações para prática esportiva;
- Híbridas, em geral são usados cotovelo mecânico (acionamento através de tirante) e mão mioelérica;
- Estéticas, ou passivas, que mantém o aspecto “natural” do membro, servem para apoiar objetos pequenos e leves que darão apoio para o funcionamento da outra mão. Elas também têm uma importância fundamental no equilíbrio postural, prevenção de desvios da coluna e do overuse da mão sadia.
Tipos de próteses para membros inferiores:
Já para os membros inferiores, existem diferentes tecnologias que podem oferecer o movimento natural da marcha humana. Cada pessoa tem a sua indicação dos componentes da prótese, por isso, é importante ter o acompanhamento de um profissional. A escolha da prótese depende da idade, peso corporal, das características do coto, das limitações ou problemas associados, das atividades laborais, de lazer e da condição socioeconômica.
De acordo com o mecanismo de funcionamento das próteses, podem se dividir em:
- Próteses biônicas: pés e joelho controlado por um microprocessador que, através dia seus diferentes sensores, lê e interpreta os movimentos do paciente na velocidade de 1.000 vezes por segundo, gerando uma adaptação e reação constante, em tempo real.
- Próteses mecânicas: controle da fase de apoio e de balanço, através da compressão de mola, pistão pneumático ou hidráulico.
Atenção: o tempo de adaptação da prótese também varia para cada indivíduo.
Fisioterapia pós protetização
Nessa fase da fisioterapia, o objetivo é independência na locomoção, realização de atividades laborais, lazer e esportivas com o uso da prótese.
É realizado um treinamento específico e de forma intensiva para que o paciente atinja um grau de locomoção com qualidade, tanto em ambiente interno quanto externo. Aprender a cair e levantar-se do chão, também sob o olhar e orientação do Pedro Pimenta.
Lembre-se que mesmo após estar reabilitado com a sua prótese, é necessário manter alguns cuidados, como realizar manutenção periódica da prótese, higienização correta do coto, cuidados com alimentação mais saudável e manutenção de peso corporal, entre outros.
Aceitação
Esta é a fase mais importante para a sua reabilitação. Você pode viver experiências incríveis mesmo após a amputação, porém aproveitar as oportunidades e buscar uma vida incrível só depende de você. A reintegração social através de treinos em ambientes públicos, como shopping centers, lanchonetes ou parques, acontece nesta fase. Ela é de extrema importância para aceitação da nova identidade corporal e resgate da autoestima.
A Da Vinci Clinic é uma clínica de reabilitação para amputados 360º, ou seja, ela trabalha todos os aspectos importantes para a sua reabilitação, inclusive o relacionamento com familiares.
Ela foi idealizada pelo Pedro Pimenta, amputado dos quatro membros que, após passar por todos os processos descritos acima, resolveu abrir um espaço para proporcionar uma vida de qualidade para pessoas amputadas.
A clínica conta com uma equipe com muitos anos de mercado, formada por terapeuta, ortesista e protesista e proporcionando as melhores tecnologias e atendimento para pessoas de todas as idades.
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